quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O que é disfalgia?

Aproximadamente 20% da população acima de 50 anos apresenta disfalgis, alcançando índices de 70% a 90% de distúrbios de deglutição nas populações mais idosas. A disfalgia é qualquer dificuldade de deglutição, decorrente de processo agudo ou crônico, que interfere no bolo alimentar da boca ao estômago. Dentre as estruturas anatômicas da cavidade oral responsáveis pela deglutição, estão lábios, dentes, bochechas, palato duro, palato mole, mandíbula, assoalho bucal e língua. A mastigação ocorre na 1a fase de deglutição, ou seja, fase preparatória do alimento, e quando é prejudicada, torna-se um fator responsável pela disfalgia. Pode ser inadequada apenas devido a falta de um dente, ou uma protese mal adaptada, má-oclusão, higiene precária e problemas periodontais, em razão do acúmulo de restos alimentares e placa bacteriana. A disfalgia não é uma doença mas, sim o sintoma de uma patologia neurológica, mecânica adquirida ou congênita. Quando psicogênica resulta de alterações emocionais e psíquicas, cuja queixa frequente é de "sensação de bola" na garagnta. Alguns medicamentos, como antidepressivos podem gerar xerostomia, causando disfalgia. Torna-se, portanto, necessário uma investigação interdisciplinar da causa para que sejam determinados os tratamentos e orientação adequados aos paciente. Principalmente pacientes em tratamento radioterápico para câncer de cabeça e pescoço, que apresentam dificuldade de mastigação e deglutição em razão da xerostomia, bem como fibrose e atrofia dos músculos da faringe. Com o aumento da expectativa de vida, os problemas odontológicos relacionados a disfalgia têm aumentado, despertando maior interesse da classe odontológica.

Cuidados com idosos

No inverno o ambiente fica mais seco e com isso ocorrem grandes alterações na mucosa bucal dos pacientes idosos. Com o envelhecimento, a mucosabucal apresenta modificações, tornando-se mais vulnerável a traumas. A hidratação e elasticidade dos tecidos, os capilares periféricos e as trocas metabólicas são alteradas de maneira significativa. Em uma sessão de maior duração, a mucosa do paciente, que já está seca e sensível pela idade, torna-se mais frágil, daí a necessidade de umidificar aos lábios, com manteiga de cacau, glicerina ou vaselina, aumentando desta forma o conforto e diminuindo rachaduras e sangramentos. O exame clínico deve dar maior atenção aos tecidos moles do paciente idoso pois, alguns eram tabagistas na idade jovem-adulta, bebiam socialmente e até usavam algumas drogas. A lesão mais comumente encontrada é a hiperplasia fibrosa inflamatória, além de candidíase e leuplasia. A área mais atingida geralmente é a língua. Em alguns casos, são diagnosticados carcinoma espinocelular. Essas lesões em sua fase inicial são difíceis de identificar, daí a necessidade de um maior cuidado e acompanhamento constante. Portanto, os cuidados no exame clínico não devem ser limitados a dentes, cáries, proteses ou oclusão do paciente geriátrico. Os tecidos moles são e devem ser a maior preocupação, assim como a anamnese cuidadosa e um exame clínico bem feito.