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segunda-feira, 5 de março de 2018

Correlação entre periodontite e diabetes

A inflamação gengival é desencadeada por bactérias que geram uma resposta inflamatória que pode influenciar diversas condições sistêmicas, de modo que a periodontite é considerada a 6a complicação clássica do diabetes (diabetes e periodontite ocorre de forma bidirecional). Alterações na resposta do hospedeiro, vascularização periodontal e níveis glicêmicos no fluido do sulco gengival facilitam a instalação ou alteram o curso da doença periodontal em diabéticos. Por outro lado, a inflamação gengival também dificulta a absorção de insulina, podendo causar descompensação glicêmica nos pacientes diabéticos. O tratamento periodontal curativo e preventivo pode evitar que o paciente diabético venha a perder os dentes e tenha melhor controle metabólico. A doença renal em fase terminal aumenta de 2 a 3 vezes em indivíduos que apresentam periodontite grave em comparação a pacientes sem periodontite severa. Além disso, o risco de mortalidade cardiorenal (doença cardíaca isquêmica e nefropatia diabética combinada) é 3 vezes maior em pacientes diabéticos com periodontite grave. O diabetes pode ser controlado por pessoas bem informadas sobre a doença e que seguem rigorosamente as orientações dos médicos e dentistas.

Suscetibilidade à doença periodontal em pacientes diabéticos

Uma das grandes epidemias do século XXI é o Diabetes mellitus, caracterizado pelo aumento de glicose no sangue, devido a deficiência de produção de insulina pelo organismo ou presença em menor quantidade de receptores de glicose nas células do corpo. Em 2015 aproximadamente 14,3 milhões de pessoas tinham diabetes no Brasil, sendo 30.900 crianças e 21,8 bilhões gastos com a doença. Deste total, 10% apresentam diabetes tipo 1 (crianças e adolescentes) e 90% tipo 2 (geralmente após 40 anos). Principais sintomas são: sede, micção em excesso, perda de peso e infecções recidivantes de urina e pele. O diagnóstico é feito com exame de sangue. Os pacientes apresentam manifestações e sintomatologia bucal de acordo com o estágio clínico da doença, que depende do tipo de alteração hiperglicêmica, do controle do tratamento e do tempo decorrido do diagnóstico. As manifestações bucais mais comuns são: doença periodontal (no jovem leve a moderada e no adulto moderada a grave) e xerostomia. O paciente deve ser acompanhado juntamente com endocrinologista para que os parâmetros de glicemia em jejum e hemoglobina glicada estejam em níveis adequados. A periodontite é uma doença periodontal crônica caracterizada pela destruição das estruturas de suporte dos dentes, onde a suscetibilidade aumenta em até 3 vezes no paciente com diabetes. Existe uma relação clara entre o grau de hiperglicemia e a gravidade da periodontite. Daí a necessidade da prevenção periódica nesses pacientes.